A poucos dias da estreia da Barroca - Orquestra Não Convencional da Bairrada, Carlos Raposo é um dos nomes que mais ecoa e faz ecoar a PROMOB.
Natural da Mamarrosa, Carlos vive naquele que diz ser o lugar mais pequeno do concelho vizinho, Anadia - na Moita Redonda. E é também no mais pequeno (mas também no maior) de cada pessoa que vai procurar inspiração para criar. Ou, neste caso, recriar: “Viver, aprender, cair e levantar, material certo para uma boa tela, o quadro da vida”.
Quando lhe perguntamos a sua profissão, responde com muitas vírgulas e caminhos paralelos: “sou músico profissional, compositor e socialworker. Tenho vários projetos, desde o jazz tradicional (Mimo's Dixie Band e Animadixie) ao rock (Más Companhias), passando pelo reggae (Raposo Tree) ou ainda por participações a solo”.
Em todas elas há música, seja através da voz, da trompete, da guitarra acústica, e do baixo elétrico. Este último, que estudou mais profundamente, com o Professor Edamir Costa, que considera ser o seu Mestre.
Mas a viagem por esta arte vem de antes, dos tempos em que ainda contava os anos pelos dedos das mãos. Aos 7, entrou música adentro, na Banda Filarmónica da Mamarrosa, e aqui conheceu dois amores: a trompete e o baixo elétrico, que o levaram ao seu primeiro projeto musical - Crazy Society, uma banda de garagem com os seus colegas da Filarmónica.
Foi só o início. Muitos sonhos e projetos vieram depois desta primeira semente. Um deles cumprido bem recentemente, com o lançamento do seu álbum "Ao sabor do vento", parte integrante do projeto Raposo Tree. Um trabalho que diz ter muito “boa onda, com uma mensagem introspetiva e até quente”.
Destaca, ainda, com orgulho, um projeto bem adolescente, já com 15 anos, mas que viu nascer, sozinho, e crescer, com o seu “irmão” David Valenter: a banda Mimo's Dixie Band.
“Juntos conseguimos encontrar músicos/ seres humanos capazes de criar uma equipa forte e com muito potencial em variadíssimas áreas, nomeadamente na da música em comunidade”.
E voltámos ao início (e ao futuro): a comunidade. A orquestra comunitária Barroca, que conta com a direção do Carlos, vai estrear-se no dia 15 de dezembro e promete não parar daí para a frente.
Esta não é a primeira vez que colabora com a nossa Associação. Já ofereceu tempo, talento e energia contagiante ao Concerto Comunitário de homenagem a Zeca Afonso e ao espetáculo da Orquestra dos Amigos da PROMOB, “Para habitarmos juntos um lugar”; também ao bem recente “Esta Palavra Pede Palco”, no âmbito das comemorações do cinquentenário do 25 de abril, e, numa vertente mais intimista, apresentando-se na nossa sede com as suas canções e o amigo de longa data, Nuno Norte.
Carlos Raposo vê na música uma forma de aproximar pessoas e criar algo maior. Com meses de trabalho e, agora, a estreia da Barroca, reafirma o seu compromisso de levar a arte para além do palco, transformando-a numa experiência partilhada e acessível a todos.
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