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O Passeio dos Artistas: Carina Oliveira & Filipa Oliveira

Atualizado: 2 de out. de 2023

Foi durante a preparação d’Os Gigantes da Montanha que conhecemos as irmãs silveirenses, Carina e Filipa Oliveira. As diferenças, neste par de gémeas, são notórias, desde o primeiro contacto. Fisicamente, há muito que as distingue, mas também no percurso de vida divergem.


Carina frequenta o 2º ano da licenciatura em enfermagem, na Universidade de Aveiro, e Filipa trabalha como rececionista, enquanto dedica algum do seu tempo a projetos de cariz social e ambiental, no Concelho de Oliveira do Bairro.


Mas não nos enganemos. Muito mais é o que as une. Desde logo, além da família, o lugar que a cultura ocupa nos seus tempos livres. É a ler, a escrever, a ouvir música ou a assistir a espetáculos que ambas encontram espaço para desanuviar e dar asas à imaginação. E o teatro é um refúgio para as duas, ainda que tenham tomado caminhos diferentes para lhe chegar.



Filipa começou como figurante numa peça e, logo aí, deixou que as luzes e a magia do palco lhe aguçassem a vontade de “sentir o sabor das palavras e de poder expressá-las”. A medo, Carina iniciou-se nas Escolíadas, tendo integrado a equipa da sua escola depois de deixar o seu “eu impulsivo falar mais alto” e tomar a decisão de pôr o medo de falhar de lado. Agora, o teatro dá-lhe “espaço para ser o que quiser, em realidades que, de outra forma, não viveria”, relata. Já para Filipa, o teatro “representa a realização do impossível, do inimaginável, do imprevisível”.


Foi isso que as levou aos Jovens Artistas Unidos e, por consequência, à sede da PROMOB, onde decorreram os ensaios para a peça do italiano, Luigi Pirandello, que a nossa Associação ajudou a levar a cena, em junho passado.


De ouvidos e espírito abertos, construíram as personagens de Duche e de Cromo com total maestria, interpretando as suas histórias com grande sentido de empatia e recebendo as instruções e sugestões de todo o grupo de bom grado.



“Os Jovens Artistas Unidos alimentam-se de diversidade para fazer do teatro uma oportunidade para sermos melhores. Lá, tenho um espaço que me acolhe e me desafia sempre que me propõem um projeto.” – Filipa Oliveira


© fotografias de Carolina Silveira


O coletivo Jovens Artistas Unidos é, para as irmãs, um espaço onde veem as suas ideias acolhidas, sem julgamentos, e por isso se sentem "bem-vindas e abraçadas". Pertencer ao grupo vinca-lhes uma certeza que, pese embora a sua tenra idade, 19 anos, têm há muito: a cultura é essencial ao desenvolvimento das comunidades e ao estreitamento de laços entre as pessoas.


Preparar e interpretar Os Gigantes da Montanha trouxe-lhes novos desafios e emoções que nunca tinham experimentado, desde as inúmeras leituras e interpretações da obra, ao encarnar de personagens masculinas. Desde os nervos e a responsabilidade de contar uma história com mensagens profundas, aos aplausos e à sensação de dever cumprido. Levou-as, também, a novas relações, a pessoas cuja cumplicidade e amizade não esquecerão e prometem manter por muitos anos. Além disso, garantem, “fazer parte desta experiência permitiu-[lhes] aproveitar mais a companhia uma da outra, passando tempo a fazer algo que a ambas apaixona”.


Dos ensaios à estreia, embrenhadas no imaginário das montanhas e na magia do palco e das palavras, as duas irmãs deixaram-se acreditar como acreditam as crianças, ajudando, com a ternura e a generosidade que as caracterizam, a tornar reais os milagres da cultura e da comunidade.



“Achei muito bonito o facto de muitos de nós se estarem a conhecer pela primeira vez e, mesmo assim, conseguirmos criar uma relação de cumplicidade e amizade que diretamente influenciou a nossa prestação no espetáculo.” – Carina Oliveira

© fotografias de Telmo Domingues

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